quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Microcosmos part 1

http://www.youtube.com/watch?v=-BseGLUTkD8

A idade dos porquês

Sempre achei que era curiosa e com uma boa dose de rebeldia que me faria sempre questionar tudo e todos. No entanto, passados longos periodos de experiências dolorosas e limitadoras, reflectindo mais profundamente pude constactar que ao longo da minha experiência terrena tomei como minhas muitas programações familiares, sociais, religiosas, etc...

Tomei como meus medos; angustia; falta de confiança em tudo e todos; limitações; castigos; culpas...

Atravessei desertos...

Chegou um momento em que parei para observar, e dessa observação surgiram os porquês – num questionamento que começou a pôr tudo em causa, e que aos poucos foi retirando tudo do lugar...

No ínicio foi confuso, as referências aparentemente estáveis e seguras já não estavam lá para me “apoiar”, e parecia caminhar num universo sem chão, nem paredes, nem tectos... estava a perder-me do que eu julgava ser...

Mas, e porque sou VIDA, a observação tornou-se cada vez mais silênciosa, abrangente, e tudo começou a fazer sentido com uma simplicidade sem precedentes...

Foi bom questionar tudo... levou-me a Mim e à confiança no meu processo de Vida.

Hoje, aqui, neste momento... pareço flutuar num vazio mental e emocional, num vazio de referências ou de projecções...

É apenas um momento, um estado de neutralidade...

Logo podeirei entrar em outras aventuras, porque aquilo que julgo ser ou saber agora... também é efemero, não me pertence...



Mizé

24 de Fevereiro 2010

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Consciência

Consciência

Lembro-me de um tempo em que o meu filho, bem pequeno, quando me observava nas minhas rotinas de higiene me pedia para eu lhe colocar desodorizante. Eu, fechava a tampa da embalagem e fingia que lhe colocava o desodorizante, o que o deixava muito contente. Aos poucos ele foi crescendo e percebeu que a embalagem fechada não funcionava...
Agora, já não o posso enganar, e ele só se engana se assim o desejar...

...

O mesmo se passa connosco no processo de Despertar para a Vida, podemos andar iludidos durante meses ou mesmo anos, no entanto, assim que despertamos para a Consciência de Nós Mesmos, já nada nem ninguém nos pode enganar, e os possíveis vazios de consciência apenas servem para nos relembrar disso mesmo.

Estamos a despertar de um sono lento e profundo...

Não acredito em presságios do fim do mundo... acredito sim que algo está já a acontecer – começa por mim, começa por ti – e em alguns casos é um profundo vendaval interno que tudo remexa e nada deixa no mesmo lugar.

Eu aceito o desafio de mudar os padrões que já não servem o meu propósito de Vida;
Eu aceito o desafio de não saber o dia de amanhã;
Eu aceito o desafio das minhas escolhas conscientes;
Eu aceito o desafio do Re-Nas-SER;
Eu aceito o desafio de me experienciar VIDA em AMOR;

Eu estou disposta a Viver.
Tu estás?

...

Mizé

2 de Fevereiro de 2010

Vidas perdidas

Vidas perdidas

Quando o homem se vê perante uma tragédia, quer seja com ele mesmo, com pessoas próximas, ou com um determinado povo, como aconteceu agora no Haiti, o lado humano, pára para sentir e lamenta a perda de vidas. A morte abrupta, sobretudo de pessoas ainda jovens, faz-nos sentir por momentos a fragilidade dos corpos, a fugacidade desta experiência física.

No entanto, quantas vidas, no momento precedente à partida desta dimensão, em análise profunda, poderão dizer que viveram a vida?

Por vezes passeio-me pela cidade observando as pessoas, e verifico que uma quantidade razoável de mulheres de meia idade andam dopadas, o olhar está vazio como se não habitassem já o corpo...

Tive conhecimento ao longo de várias partilhas de que existe um número considerável de pessoas, de todas as idades que consomem habitualmente ou diariamente estupefacientes...

Na minha experiência profissional verifico com frequência um padrão de carência profunda de afectos, onde mulheres com 60 anos ainda estão dependentes de uma mãe controladora, ou de um marido que as sufoca...

Tenho amigos que pouco mais fazem do que trabalhar, esperando ansiosamente pelas merecidas férias...

Pessoas que não vivem a experiência dos relacionamentos íntimos porque ainda estão à espera da “alma gémea”...

Pessoas que por tudo e por nada se servem do “karma” como resposta para os seus males...

...

Parece que existe no ser humano uma profunda e enraizada programação de que, ou nos submetemos ao sistema: social, familiar, económico, religioso, etc, ou então estamos condenados ao fracasso.

Imaginem um exercício em que a máquina do mundo parasse durante uns dias, e cada um tivesse que estar apenas consigo... seria interessante o resultado...

A maior parte das pessoas vivem vidas agitadas, num profundo ruído que os inebria e os faz esquecerem-se de si mesmos...

Vidas que projectam no futuro os dias felizes...
Vidas presas a dores do passado, com uma tremenda dificuldade em perdoar a si mesmas e aos outros...
Vidas que projectam nos outros culpas, medos, insatisfação...
Vidas acomodadas...
Vidas que ainda não se conhecem como Vida...
Vidas perdidas...

...

Somos marionetas articuladas por Nós Mesmos... logo, cabe-nos a Nós, e Apenas a Nós a Decisão de como queremos Viver cada momento de Vida...

E Viver é Ser... Ser Fiel à Minha Verdade a cada instante,
Ser em reverência a cada manifestação de vida,
Ser em alegria, em entusiasmo, em ousadia e coragem,
Ser acreditando sempre a Vida jamais me faltará com Abundância...
Ser acreditando no Amor que sou, e que em espelho me leva até ti...

Mizé

2 Fevereiro de 2010