sábado, 28 de maio de 2011

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A Doutrina do Choque

A Doutrina do Choque from Muito Aterrorizado on Vimeo.

A Vida num segundo - o que fica depois da Vertigem?




Há dias em que entardeço cética do mundo, cansada de todas as palavras, de todas as imagens, de todos os clichês, perguntando-me quantas léguas de mim terei que sonhar até me perder.


Perder-me das construções e desconstruções repetidas da mente, do mundo dos desejos, da sede das carências. Do que julgo saber, do que julgo não ser. Do que temo, do que enfrento. Do que grito e do que calo.


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Observo o Mundo a correr à minha volta, num rodopio que embriaga, onde eu, alienada não estou. Estarei porventura em parte incerta, flutuando nos anéis das memórias não vividas. Nas visões do Futuro. Na Criação dos Tempos.


Há dias em que entardeço cansada.
As ligações à matéria parecem desligar-se uma a uma, ficando apenas um ténue fio-luz. Aí me alimento. Aí me sustento, suspensa, em azul.


Cansam-me as palavras repetidas numa vulgaridade sem sabor. A pressa de chegarmos a lado nenhum. As elites espirituais, as projecções, as manipulações, a falta de questionamento colectivo, os projectos de salvação.


Lá fora os terrenos continuam por cultivar, e os nossos filhos continuam a deitar comida para o lixo.


E amanhã acordamos para mais um dia de escravatura.


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Os dias, as semanas, os anos, começam e terminam numa vertigem alucinante, e os pensamentos parecem uma montanha russa na Grande Feira da Ilusão.


Apenas o eco do silêncio desperta em mim uma avalancha de cores e sons, numa acupuntura sensorial para além do visível.
Aí, nesse Espaço–Templo, as raízes etéricas entrelaçam-se numa dança esférica, simétrica, perfeita, lançando-me para dentro do vazio – num mergulho espiralado onde sou imensa.


Nada resta senão deixar fluir. Seguir os aromas que a alma timidamente vai segregando.


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Abençoada a chuva que começa a cair, o cheiro da terra molhada, que por momentos me devolve ao corpo. Uma oração desprende-se dos meus dedos, numa carícia inefável.


A Vida renova-se a cada inspiração, num novo alento.


Possam todas as hierarquias de todos os mundos inspirar-nos o Amor-Sabedoria pelo cumprimento do Plano Evolutivo. Possam todas as tribos de todas as dimensões coabitar em Verdade. Possa o Homem ver-se finalmente Nu diante de si mesmo.


Mize Jacinto
27 de Maio de 2011

terça-feira, 17 de maio de 2011