terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Vidas perdidas

Vidas perdidas

Quando o homem se vê perante uma tragédia, quer seja com ele mesmo, com pessoas próximas, ou com um determinado povo, como aconteceu agora no Haiti, o lado humano, pára para sentir e lamenta a perda de vidas. A morte abrupta, sobretudo de pessoas ainda jovens, faz-nos sentir por momentos a fragilidade dos corpos, a fugacidade desta experiência física.

No entanto, quantas vidas, no momento precedente à partida desta dimensão, em análise profunda, poderão dizer que viveram a vida?

Por vezes passeio-me pela cidade observando as pessoas, e verifico que uma quantidade razoável de mulheres de meia idade andam dopadas, o olhar está vazio como se não habitassem já o corpo...

Tive conhecimento ao longo de várias partilhas de que existe um número considerável de pessoas, de todas as idades que consomem habitualmente ou diariamente estupefacientes...

Na minha experiência profissional verifico com frequência um padrão de carência profunda de afectos, onde mulheres com 60 anos ainda estão dependentes de uma mãe controladora, ou de um marido que as sufoca...

Tenho amigos que pouco mais fazem do que trabalhar, esperando ansiosamente pelas merecidas férias...

Pessoas que não vivem a experiência dos relacionamentos íntimos porque ainda estão à espera da “alma gémea”...

Pessoas que por tudo e por nada se servem do “karma” como resposta para os seus males...

...

Parece que existe no ser humano uma profunda e enraizada programação de que, ou nos submetemos ao sistema: social, familiar, económico, religioso, etc, ou então estamos condenados ao fracasso.

Imaginem um exercício em que a máquina do mundo parasse durante uns dias, e cada um tivesse que estar apenas consigo... seria interessante o resultado...

A maior parte das pessoas vivem vidas agitadas, num profundo ruído que os inebria e os faz esquecerem-se de si mesmos...

Vidas que projectam no futuro os dias felizes...
Vidas presas a dores do passado, com uma tremenda dificuldade em perdoar a si mesmas e aos outros...
Vidas que projectam nos outros culpas, medos, insatisfação...
Vidas acomodadas...
Vidas que ainda não se conhecem como Vida...
Vidas perdidas...

...

Somos marionetas articuladas por Nós Mesmos... logo, cabe-nos a Nós, e Apenas a Nós a Decisão de como queremos Viver cada momento de Vida...

E Viver é Ser... Ser Fiel à Minha Verdade a cada instante,
Ser em reverência a cada manifestação de vida,
Ser em alegria, em entusiasmo, em ousadia e coragem,
Ser acreditando sempre a Vida jamais me faltará com Abundância...
Ser acreditando no Amor que sou, e que em espelho me leva até ti...

Mizé

2 Fevereiro de 2010

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